terça-feira, 7 de junho de 2011

Redes Sociais e Processos Seletivos


Fale-me onde publicas e te direi quem és


por Marina Wajnsztejn*
É cada vez mais corriqueiro que os profissionais de RH consultem as redes sociais dos candidatos para saber um pouco mais sobre aquela pessoa. Em algumas demandas de vagas, o fato de o pofissional atuar bem nas redes é inclusive um diferencial. No entanto, a dúvida ainda persiste: o que é, afinal, ter um bom perfil nas mídias sociais?

Em primeiro lugar, é necessário entendermos a natureza de cada ferramenta. As redes sociais foram criadas ou remanejadas de acordo com objetivos distintos. O Flickr é um tipo que une seus usuários pela fotografia. O Orkut une seus adeptos pelo quesito “amizade”. O YouTube, por vídeos. Ou seja, é primordial entendermos para que aquela rede serve, antes de analisarmos o perfil do candidato. O Linkedin é notoriamente conhecido por ser uma rede social corporativa. O Twitter, uma rede comunicacional baseada na rapidez e brevidade das notícias. O Facebook, um grande agregador de amigos e jogos.

Uma vez estabelecido isso, é chegada a hora da análise subjetiva das informações: qual a relevância de o candidato estar numa comunidade de, por exemplo, “Eu odeio acordar cedo”? Isso poderia até ser interpretado como uma pessoa que tem dificuldades para cumprir o horário, mas a maioria dos casos que estão nessa comunidade apenas mostra que se trata de uma pessoa bem humorada.

Indo um pouco mais além, podemos entender uma pessoa pelo tipo de mensagens que ela produz. Dar uma olhada no Twitter de uma pessoa pode mostrar quanto de conteúdo ela é capaz de produzir, quanto de conteúdo alheio ela apenas replica e até mesmo o tom que ela utiliza para se comunicar com os outros. Já no Facebook, conseguimos perceber se o usuário se relaciona mais com conteúdo como jogos, amizades ou contatos profissionais.

Além disso, é possível conhecer o repertório de uma pessoa pelo tipo de referência cultural que ela publica em seus perfis. Muitas vezes precisamos de candidatos com conhecimentos específicos, e isso pode ser sinalizado por gostos, preferências ou manifestações expressas nas redes sociais.

Obviamente, tais conclusões não devem ser levadas como regras de perfil do funcionário. A pessoa pode ser muito além daquilo que ela declara publicamente, tanto para o lado positivo quanto para o lado negativo. De qualquer jeito, as informações públicas podem dar um direcionamento interessante na escolha do perfil.

*Marina Wajnsztejn é gerente de mídias sociais da Ü, empresa do Grupo OON

Um comentário:

  1. É importante que os consultores de Rh não utilizem essas redes sociais para criar estereótipos em relação aos candidatos e assim enviezar o processo seletivo.
    Porém, cabe a todos nós, candidatos a vagas de emprego ou não, colocar um pouco mais de criticidade nas nossas escolhas e ações, mesmo que sejam para fins de entretenimento. Essas escolhas e ações, como entrar em uma comunidade ou publicar uma frase ou texto, não deixam de ser projeções da nossa personalidade, do nosso momento, da nossa percepção de mundo, e principalmente, de como você quer ser percebido pelos outros.

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